DISCRETA NATAÇÃO
Tudo sempre coincidiu
para lá de toda a coincidência
Dizias, eis as lágrimas
e havia chuva ou uma faca de
luz dentro dos olhos
Ficavas calado no jardim
para que usassem pássaros
o teu silêncio
Afinavam pela rouquidão terrestre
quando as folhas imitavam o ar
desenhando o vento inteiro
Entretanto, elaboravam as nuvens
castelos de que fugiam, esse modo
de apenas desaparecerem no mar
A mesma água oferecia o brilho dos peixes
e a discreta natação dos afogados
jmts
publicado em Cintilações da Sombra 2
antologia poética, Labirinto, 2014
Emma McNally
visto aqui
1 comentário:
A coincidência das palavras com a sensibilidade...
Um belo poema.
Abraço.
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