|Caderno dos Lugares|
loch ness | 2019
jmts
série aqui
Parábola Óptica
teorias portáteis sobre fotografia
António Bracons ou A Edificação do Silêncio
António Bracons
Há toda uma vida da fotografia que corre à margem dos grandes mecanismos de marketing e distribuição. Como noutras artes (por exemplo, a da poesia), a massificação cultural abandonou a circuitos independentes muito do que de mais significativo, intenso e perene se vai produzindo. Aliás, António Bracons, o autor dos dois fotolivros que aqui folheamos, presta um discreto mas precioso serviço público na sua página virtual Fascínio da Fotografia1, que acompanha esse pulsar quotidiano dos apaixonados da arte fotográfica.
Sobre o Silêncio 2 e Ingenium 3 têm em comum o rigor, o despojamento, a subtileza e a intensidade das suas opções fotográficas e de edição. São objectos personalizados, na escolha de papéis, texturas, grafismo, na respiração das imagens; chegam-nos em exemplares numerados e assinados, que podem incluir uma prova original.
das palavras dos outros
maria virgínia monteiro / Precário Registo, Universitária Editora, 2003
# Em Agenda #
Nos últimos tempos, alguns trabalhos, alguns dias
110 anos, 110 poetas
antologia comemorativa dos cento e dez anos da universidade do porto - u. porto press
organização: isabel morujão
ver aqui
participação com o poema "O pintor e a cidade"
Ver o que há para ver / e com toda a precisão quanto a brumas / nevoeiros, névoas e mais vapores (...)
os dias da peste - pen clube português, gradiva
organização: teresa martins marques / rosa maria fina
participação com a ficção "Dificilmente"
(...)
Já ficou prisioneiro de um novo ritual. Quando cai o crepúsculo, deixa o televisor, a contabilidade dos contágios, as imagens de ficção científica nos hospitais, e aproxima-se da janela. Dedica-se à contemplação do movimento das silhuetas em contraluz no parque. Ninguém se estira na relva ou faz uma pala com a mão para seguir os pássaros que recolhem. Seria interessante desenhar as trajectórias dos caminhantes, as suas derivas quando se apercebem ao longe de uma alma em sentido contrário e tomam discretamente o carreiro paralelo ou escolhem uma alameda com um percurso mais longo, logo alterado por um novo desvio. Ocorre-lhe que seja uma espécie de dança macabra: muitos, quando se apercebem, já mudaram de freguesia, de cidade, de vida, passaram fronteiras e olham tudo com uma louca estranheza. Veríamos os olhos alucinados, não fossem suaves figuras ao cair do dia.
(...)
entrevista a miguel d'ors no Correio do Porto
fotografia: pablo hojas
ver aqui