FUMOS
visivelmente e as crianças
descobrem-se muito antigas
O frio é apenas frio
empurra, solene, as estrelas
que riscam o breu
Nem só dos galhos tudo partia
era preciso apurar outras matérias
prender os fumos na lã das camisolas
com gestos delicados e dobrados alfinetes
Torrões do mais fundo chegavam-se
para o lado da vida, enchiam
as mãos de frieiras, pétalas gretadas
No fim, os bons conselhos
enquanto ficavam a arrumar
crepes retintos e sudários
Uma espécie de gaze na paisagem
os olhos condoídos em ferrugem
quase etérea, quase bela
faúlhas que ardiam ao voar
jmts
2 comentários:
Em cada som o telintar de um sentido, em cada verso a emoção de uma imagem, de uma vivência, de um tempo perpetuado.
Obrigado José Manuel
Muito obrigado, Joaquim, pela leitura e pela sensibilidade. Um abraço.
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