J. W. Goethe Contempla o Jogo das Nuvens
Será eterna música das esferas
mas é incerto em demasia o estado do tempo
e excessiva a concentração
de corpos atmosféricos
Stratus, cumulus, cirrus, nimbus
tivéssemos nomes iguais a nuvens
e alcançássemos matérias rarefeitas
acumulações do lugar, o que está sempre
por detrás, e antes, muito longe
Poetas, meteorologistas, hóspedes das termas
procurando ansiosamente o barómetro
ficamos a contemplar o mais alto vapor
em objectos difusos e na palidez dos céus
as figuras onde tudo repousasse
Encharca-nos obscura vocação
perder uma nuvem após a outra
perseguir entre atalhos de luz
a lógica selvagem da tempestade
Já falta pouco, o éter sublime
será apenas o manto branco
que oculta telhados, esterco, vedações
e não consegue deter o louco cata-vento
É ele quem afinal se explica
com palavras sufocadas
deixa pedaços do mundo
a estremecer a janela
JMTS
em
O LUGAR QUE MUDA O LUGAR
[150 exemplares, 64 pp., 11€]
pedidos:
edlinguamorta@gmail.com
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Língua Morta 041 (aqui)
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