J.M.T.S.
súbito
Súbito, nem se sabe porquê, irrompem algumas pré-histórias.Na primeira é uma história que invento, precisamente uma história, a primeira história. Recomeço-a eternamente. Escrevo e torno a escrever a sequência inicial, a única que existirá. Um homem parte, a noite vem antes do tempo, cai mais de repente, descrevem-se minuciosamente os mecanismos da tempestade, o momento de suspensão, o bater interior do espaço parado. Grandes nuvens correm nos seus olhos. Está preso ao passado que lhe escorre com a chuva, mas sente o apelo da viagem, um coração que insiste. Surge o comboio fulgurante, trovões e relâmpagos, é a hora. No fim da linha, um dia, chegará à cidade que abandonou, o ar tão fácil de respirar.
súbito
Súbito, nem se sabe porquê, irrompem algumas pré-histórias.Na primeira é uma história que invento, precisamente uma história, a primeira história. Recomeço-a eternamente. Escrevo e torno a escrever a sequência inicial, a única que existirá. Um homem parte, a noite vem antes do tempo, cai mais de repente, descrevem-se minuciosamente os mecanismos da tempestade, o momento de suspensão, o bater interior do espaço parado. Grandes nuvens correm nos seus olhos. Está preso ao passado que lhe escorre com a chuva, mas sente o apelo da viagem, um coração que insiste. Surge o comboio fulgurante, trovões e relâmpagos, é a hora. No fim da linha, um dia, chegará à cidade que abandonou, o ar tão fácil de respirar.
J.M.T.S. in A Minha Palavra Favorita, Centro Atlântico, 2007
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